Às 11h30 da manhã de hoje, a movimentação no atracadouro misto de embarque e desembarque de pedestres, bicicletas e veículos, na Travessia de Balsas Santos/Guarujá (lado Guarujá), foi liberada, após meses de paralisação, devido a um acidente envolvendo um navio, em 20 de junho.
Para reconstruir as instalações, desde agosto, uma equipe de Engenharia da Terracom trabalha em ritmo acelerado para dar conta, em 130 dias, de um grande desafio em ambiente marítimo: a execução integral de reparos necessários para restabelecimento das estruturas do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, danificadas pela embarcação Cap San Antonio, de bandeira dinamarquesa, da armadora Maersk.
Demolições subaquáticas, perfurações e cortes submersos, guindastes sobre barcaças, instalações de defensas e cabeços, e mais uma série de procedimentos, manobras e termos técnicos entraram na rotina de trabalho dos colaboradores da empresa para que, hoje, a primeira etapa fosse concluída.
No local foram realizadas a demolição e remoção de dois Dolfins (estruturas de concreto estaqueadas no fundo do mar que tem a função de amarração e atracação de embarcações); e a construção dos novos Dolfins, passarela de pedestre e a ponte mista.
A cerimônia contou com a presença do secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, que ficou satisfeito com a qualidade do trabalho. “Está ótima, nova, moderna e vamos liberar a partir de agora a operação da primeira balsa”.
E assim, a primeira embarcação liberada para atracar nas novas instalações partiu de Santos transportando ciclistas e, na sequência, recebeu os carros.
Segunda fase
Já na segunda frente, que tem por objetivo a construção de uma nova marquise (plataforma lateral de atracação da balsa), o escopo é composto pela demolição e remoção de toda estrutura de concreto armado com seus paramentos, sistema de borracha revestidas com painéis metálicos, incluindo a retirada de 32 estacas.
De acordo com o engenheiro civil José dos Santos Junior, gerente da obra, a marquise danificada já foi demolida para dar lugar ao novo atracadouro. “A remoção das estacas foi feita com corte subaquático da camisa metálica e, posteriormente, corte com fio diamantado. O içamento do material para fora d’água foi feito por guindaste de 150 toneladas. Ao todo foram retirados aproximadamente 300 metros cúbicos de concreto armado” explica o engenheiro.
Somente após a remoção desse material é que a Terracom pôde dar sequência ao cronograma, completa o engenheiro. “Após finalizar a cravação das novas estacas (26), estaremos concentrando esforços na montagem da nova laje da marquise, in loco”.
Cerca de 60 colaboradores executam os serviços, além de terceiros e mergulhadores profissionais. Segundo José dos Santos, a obra tem características específicas que precisam ser analisadas diariamente. “Estamos trabalhando numa das travessias litorâneas com maior movimentação de veículos do mundo e, ainda, na porta de entrada do maior Complexo Portuário da América Latina, por onde passam mais de 5 mil navios por ano, além das balsas que continuaram em operação”.
Orçada em pouco mais de 32 milhões, a obra está sendo custeada pela iniciativa privada e tem prazo final de entrega programado para 21 de janeiro de 2022.
Com mais da 80% do serviço concluído, a Terracom está satisfeita em fazer parte dessa obra que trará de volta a totalidade da capacidade da travessia, algo de extrema relevância para os moradores da Baixada Santista e também aos turistas, principalmente durante a temporada de verão que se aproxima.